O
importante, para que se saiba reconhecê‑las, é dispor o indivíduo da necessária
sensibilidade. Todos possuem a mediunidade intuitiva, graças à qual é possível
bem orientar os passos na vida.
Muitos
há que, empolgados por falsas oportunidades, se atiram a elas, fechando os
olhos aos meios, para atingir os fins; estes, por essa forma, estão confundindo
oportunidades com usurpação, e levarão a pior parte, na hora das apurações.
Caem nesse logro os afoitos, os que desconhecem as leis espirituais.
Pode o
indivíduo conseguir prosperidade material, forçando oportunidades com golpes
aventureiros, com atuações ilícitas e manobras escabrosas, mas a posição
adquirida por tal caminho agravará a sua conta devedora para com a evolução, e
o resgate terá de ser feito, a qualquer preço.
As
oportunidades que devem ser aproveitadas são aquelas que se encaixam,
perfeitamente bem, nos recursos individuais, e surgem como dádivas espontâneas,
em retribuição ao esforço unido ao merecimento.
Por
isso recebem os efeitos, desde que lhes pertençam, sem amargura nem
reclamações, certos de que eles terão uma duração correspondente e o seu fim.
Os efeitos terão de ser anulados pela sua absorção, pela sua transformação em
dor, quando tiverem origem no erro.
O
espiritualista nada deve procurar fazer para que efeitos dolorosos se produzam,
aplicando‑se ao bom uso do livre arbítrio, e só se servindo das oportunidades
que venham ao seu encontro para o seu progresso espiritual e conforto moral.
Em toda
análise que se fizer do viver terreno, há de se chegar à conclusão de que
nenhuma ventura poderá tornar‑se efetiva, sem que a espiritualidade seja o seu
agente. Portanto, ser espiritualista deveria constituir o objetivo máximo de
toda criatura sensata.
É do
que cogita o Racionalismo Cristão na sua tarefa meritória de despertar as almas
encarnadas para a sua própria natureza espiritual, sem o que ninguém poderá
viver com a superioridade desejada e cumprir a sua missão, tal como foi
estabelecida.
Há uma
falsa concepção de que ser espiritualista é viver alheio às contingências
terrenas. Nada mais errado. O espiritualista toma parte ativa em todas as
obrigações materiais que lhe estiverem afetas, executando‑as com exata noção
dos seus deveres espirituais.
Ele é
uma criatura que não se locupleta com o patrimônio estranho, não extorque, não
subjuga, não humilha, a todos tratando com urbanidade, consideração, respeito e
cristãmente.
As
oportunidades de que se serve, quando valiosas, não lhe alteram os hábitos, não
lhe modificam as atitudes, não o envaidecem. São seres conscientes e
esclarecidos. Sabem que a sua passagem pelo mundo, tantas vezes quantas forem
necessárias, obedece a um plano construtivo de valorização e de crescimento
espiritual.
Oportunidades
Por Luiz de Souza
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